” AI, Streaming, and New Networks Dominate the Digital Conversation”

NETFLIX QUER QUE ASSISTAMOS ANÚNCIOS

Já se falava quase desde o início e finalmente chegou: a Netflix passou a restringir a prática comum de compartilhamento de contas. Um movimento arriscado, mas necessário, que outros gigantes do streaming seguirão gradualmente. Para mitigar a perda prevista, vários planos já haviam sido elaborados, alguns dos quais incluíam a tão especulada publicidade. Naqueles primeiros meses, falava-se muito em declínio e até em crise no setor. No entanto, os dados do segundo trimestre deixam bastante espaço para otimismo.

US$ 8,19 milhões em lucros, um crescimento anual de 2,7% e, notavelmente, 5,89 milhões de novos usuários. No entanto, muitos deles podem agora ficar surpreendidos ao descobrir que o seu plano subscrito acaba de ser descontinuado: o plano básico sem anúncios está a ser eliminado.

Um desenvolvimento recente no setor tem estado diretamente relacionado com os conteúdos e a sua rentabilidade: estamos a falar da transferência de licenças entre plataformas. Através de um acordo surpreendente, grandes produções da HBO também estarão disponíveis na Netflix. Até ao momento foram anunciados apenas alguns títulos, todos correspondentes a séries um pouco mais antigas, mas isso abre caminho a novas formas de rentabilizar as produções através da expansão da sua distribuição.

META, O PIONEIRO QUE CAIU PARA TRÁS

Quando, em 2010, a dupla Fincher-Sorkin lançou o filme vencedor do Oscar sobre a criação do Facebook, intitularam-no “A Rede Social”, no singular.

O Facebook era tão dominante naquela época que o título era perfeito. Nesse mesmo ano nasceu o Instagram que, junto com o WhatsApp (2009), foi posteriormente adquirido pela já gigante Meta. Em apenas 13 anos, a situação é radicalmente diferente. Mas o tema atual não é o tortuoso processo de aquisição de Elon Musk, ou os altos e baixos com pagamentos, etc…

A NOVA REDE DE QUE TODOS ESTÃO FALANDO

É um gêmeo do Twitter vindo mais uma vez dos escritórios da Meta: estamos falando de Threads, o fenômeno
que conseguiu adquirir mais de 100 milhões de usuários em apenas 5 dias, superando o recorde de dois meses do ChatGPT… E isso apesar do lançamento muito escalonado. Threads recolhe tanta informação que não cumpre a legislação europeia. A lista é enorme (saúde, contas, fotos, histórico, dados de uso, diagnósticos, contatos, localização, compras…)

OS DADOS DO USUÁRIO SÃO O VERDADEIRO TESOURO

Threads é um novo aplicativo, desenvolvido pela equipe do Instagram, para compartilhar atualizações de texto e participar de conversas públicas. Mas não é apenas construído por essa equipe, muito do seu sucesso se deve ao fato de estar (de forma muito inteligente) totalmente conectado ao Instagram. Assim, conta com seus 1,3 bilhão de usuários. Para referência, o Twitter encerrou 2022 com 368 milhões. Está aproveitando a turbulência do Twitter?

“O crescimento inicial dos Threads está estagnado, mas o mais importante é que dezenas de milhões de pessoas retornam a esta rede social todos os dias. E esses números são muito superiores ao que esperávamos inicialmente”, afirma o acionista majoritário da Meta. Ainda há muito a ser esclarecido sobre este tema, mas poderíamos estar diante de uma réplica superacelerada do Google+, onde outro gigante da internet aproveitou seu poder para atingir 90 milhões de usuários em um ano… antes de cair na obscuridade e desaparecer. Vinculá-lo ao Instagram (como ao Gmail, nesse caso) foi a aposta segura para a decolagem, mas veremos se há incentivos para manter (ou já recuperar) o ímpeto.

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